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Pra doido ler

quarta-feira, maio 31, 2006

Altivez djá!


- Preciso recuperar a minha altivez, que perdi em um copo de vodca - ela disse.
- Você precisa é escrever essas coisas! Frases ótimas que se perdem em malditas telas do msn - respondi.
- Jura?
- Sim. E se não escrever, eu escrevo.
- Ótimo. Escreve. Com uma foto minha.
- Vou fazer isso agora – eu disse.
- Põe legenda. “Daquelas que se jogam”.
- Sem legenda é ainda mais classe. As pessoas deduzem.
- Altivez djá! – ela disse, decidida. – Agora eu vou partir pro crime. Tô tensa.

Sol em Gêmeos, ascendente em Câncer – O Psico-Sensitivo

Gente, a Mari, que sabe tudo de tudo (e muito mais de internet), me mostrou um site ótimo hoje!
http://www.personare.com.br/
Coloquei meus dados, foi confirmado o que eu já sabia - meu ascendente é mesmo Câncer - e simplesmente fiquei impressionada com a minha descrição, segundo o site. Sou eu! É minha cara!!!! Resumo: agora eu acredito demais nesse site!

Você, Fernanda, nasceu num horário em que o ascendente era o signo de Câncer. Este signo de Água combina-se ao seu Sol em Gêmeos sugerindo uma pessoa de natureza jovial, mais apta para lidar com questões de ordem artística ou intelectual do que prática. Se outros aspectos do mapa não melhorarem esta predisposição "viajante", você pode vir a ter problemas no que diz respeito à lide com a realidade.

Câncer ascendente lhe confere uma qualidade mais afetuosa e emotiva. Sendo uma pessoa mais carinhosa do que em geral as pessoas de Gêmeos são, você transmite uma imagem terna, uma natureza dócil, mas talvez mais emotiva do que você gostaria de ser.

Pode, entretanto, ter problemas sérios de dispersão. Gêmeos já é naturalmente um signo dispersivo, e o ascendente em Câncer está associado a uma natureza flutuante, que alterna com a Lua. Por isso mesmo, é preciso cultivar ao máximo a constância em seus empreendimentos, pois hoje você pode sentir grande entusiasmo por um rumo, mas após um tempo a Lua muda e você passa a se interessar por outra coisa. Uma criatividade natural pode ser expressa em atividades artísticas, nem que seja como hobby. Vale a pena investir neste lado, Fernanda.

José Menino, o sonho

Sonhou que havia parido uma criança que se chamava José Menino. Igual ao nome do bar na Rua Aspicuelta.
Sendo assim, deduziu que, no sonho, só podia ser uma artista. O que isso quer dizer? Tentar interpretar sonhos pode levar alguém à loucura. Momento de sensatez. Desistiu.
Parou de pensar no sonho e foi ouvir Mutantes.

domingo, maio 28, 2006

Mortos que cantam

Cheguei em casa, liguei o som e comecei a faxina. Cazuza berrava, enquanto eu varria o chão e passava o pano. Daí lembrei do amigo de Rabu, um que eu nunca conheci, mas de quem Rabu falava uma coisa estranha: ele, o amigo, não ouvia músicas de ninguém que já tivesse morrido.
Hoje, enquanto Cazuza berrava e eu lembrava do tal menino estranho, pensei que eu jamais seria feliz se não escutasse os mortos cantando.
Afinal, a minha lista de mortos que cantam é enorme...!!! Só para citar alguns (além de Cazuza, já citado) e me imaginar triste, sem poder escutar essas vozes eternizadas, aí vai:

John Lennon
George Harrison
Bob Marley
Jim Morrison
Cássia Eller
Janis Joplin
Freddie Mercury
Elis Regina
Elvis Presley
Jimmi Hendrix
Kurt Cobain
Cartola
Adoniran Barbosa
Compay Segundo
Clara Nunes
Sérgio Sampaio
Ray Charles

Eu cansei e tenho certeza que esqueci inúmeros mortos que me alegram o dia, sempre que coloco eles para cantar.
Como pode uma pessoa ignorar todas essas vozes?? Eu, hein.

sexta-feira, maio 26, 2006

Figurinhas (ou Uma homenagem ao meu avô)


Quando vi o álbum de figurinhas da Copa do Mundo da Alemanha, não pensei duas vezes. Não, minto. Pensei, sim. Pensei, aliás, mais de duas vezes se teria coragem de comprar um álbum que seria “sustentando” por mim... Ainda mais esse, com 596 figurinhas!! Ficaria eu calculando quantos reais eu já teria gasto com o passatempo? Pensamentos mesquinhos, desses que crianças definitivamente não têm.
Mas decidi comprar o álbum. Em homenagem ao meu avô Noske. Porque foi exatamente por ele não estar mais aqui que eu fiquei com medo de não dar conta de ir até o final com a idéia.
Quando criança, tive todos os álbuns que uma menina daquela época desejou. Não só eu, mas minhas irmãs também. Sempre três, um para cada uma. Vovô entrava no clima de correr atrás das que estavam faltando e passava a encarar como hábito parar nas bancas da Praça João Lisboa para comprar mais e mais pacotinhos.
Eu me emocionei quando comprei o álbum, semana passada, ali na Mourato Coelho. Não era mais a João Lisboa, vovô não estava ali para pagar as figurinhas, mas a emoção de abrir os pacotinhos me fez sentir ele do meu lado de novo. De novo e sempre.
Tô longe, muito longe, de completar o álbum, mas foi por ele que eu comecei.

quinta-feira, maio 25, 2006

Exagerada, jogada a seus pés

Poucas coisas na vida são mais bonitas que a voz de Jim Morrison cantando “The End”.
Queria apenas derramar esse exagero aqui. Um exagero bem verdadeiro.

terça-feira, maio 23, 2006

Enterrado vivo

Anunciaram a morte.
Alguns choraram quietos, outros vieram pessoalmente demonstrar sua solidariedade. Teve gente que preferiu se guardar em luto...
Mas o fato é que havia morrido. Todos tinham certeza disso e, com todos usando roupas pretas, em uma noite de chuva, foi realizado o enterro.
Algum tempo passou e veio a notícia, ainda mais bizarra que a notícia da morte, certeza única que temos na vida: ele, o amor, ele, o morto, havia sido enterrado vivo.

Balada do Enterrado Vivo
(Vinícius de Moraes)

Na mais medonha das trevas
Acabei de despertar
Soterrado sob um túmulo.
De nada chego a lembrar
Sinto meu corpo pesar
Como se fosse de chumbo.
Não posso me levantar
Debalde tentei clamar
Aos habitantes do mundo.
Tenho um minuto de vida
Em breve estará perdida
Quando eu quiser respirar.
Meu caixão me prende os braços.
Enorme, a tampa fechada
Roça-me quase a cabeça.
Se ao menos a escuridão
Não estivesse tão espessa!
Se eu conseguisse fincar
Os joelhos nessa tampa
E os sete palmos de terra
Do fundo à campa rasgar!
Se um som eu chegasse a ouvir
No oco deste caixão
Que não fosse esse soturno
Bater do meu coração!
Se eu conseguisse esticar
Os braços num repelão
Inda rasgassem-me a carne
Os ossos que restarão!
Se eu pudesse me virar
As omoplatas romper
Na fúria de uma evasão
Ou se eu pudesse sorrir
Ou de ódio me estrangular
E de outra morte morrer!

Mas só me resta esperar
Suster a respiração
Sentindo o sangue subir-me
Como a lava de um vulcão
Enquanto a terra me esmaga
O caixão me oprime os membros
A gravata me asfixia
E um lenço me cerra os dentes!
Não há como me mover
E este lenço desatar
Não há como desmanchar
O laço que os pés me prende!
Bate, bate, mão aflita
No fundo deste caixão
Marca a angústia dos segundos
Que sem ar se extinguirão!
Lutai, pés espavoridos
Presos num nó de cordão
Que acima, os homens passando
Não ouvem vossa aflição!
Raspa, cara enlouquecida
Contra a lenha da prisão
Pesando sobre teus olhos
Há sete palmos de chão!
Corre mente desvairada
Sem consolo e sem perdão
Que nem a prece te ocorre
À louca imaginação!
Busca o ar que se te finda
Na caverna do pulmão
O pouco que tens ainda
Te há de erguer na convulsão
Que romperá teu sepulcro
E os sete palmos de chão:
Não te restassem por cima
Setecentos de amplidão!

sexta-feira, maio 19, 2006

1 minuto pros comerciais

Não tem critério algum. Mas de vez em quando, eu escrevo aqui também:

http://fernandacb.multiply.com/journal

Quem puxa aos seus não degenera

quinta-feira, maio 18, 2006

One more cup of coffee


Eu sempre soube que café acorda. Mas, como não gosto de café preto assim no meio da tarde, nunca senti na pele o efeito da cafeína.
Até hoje.
Como estava para cair em cima do teclado, no meio do trabalho, resolvi tomar uma atitude. Quer dizer, um café. Preto. Puro.
Impressionante. Exatamente porque não sou viciada na droga, fez efeito na hora. Fiquei deslumbrada.

quarta-feira, maio 17, 2006

Segunda de cão

Nem quis escrever nada na segunda-feira. Acho que não estava acreditando... Nem ontem. Ontem, aliás, foi dia ainda mais estranho. A segunda foi de cão. São Paulo virou o caos. O PCC ia tomar conta de tudo? Pessoas correndo nas ruas, às 3 da tarde. Trânsito parado às 4, e às 7 da noite, quando era para as avenidas principais estarem paradas, ninguém nas ruas. Eu vi da janela e sim, senti medo, mesmo estando dentro da minha casa.
Mas ontem... ontem estava calmo demais. E São Paulo não é assim. Foi de estranhar.
Polícia X PCC. E aos cidadãos, às pessoas que moram em São Paulo, ou que aqui estavam de passagem, restou o medo. Eu confesso que senti menos medo do que muita gente. Porque no lugar do medo, eu senti ódio da Globo e de todas as emissoras, com suas coberturas fatalistas e “espetaculares”. Porque Pedro Bial e William Bonner, patéticos, quiseram fazer de São Paulo uma Bagdá brasileira. E não, não é por aí.
Tudo aconteceu. Mataram policial em Higienópolis e a coisa não foi realmente 100% “periférica”. Chegou perto da Paulista, sim. Mas pra que tornar tudo isso um “espetáculo”?
O problema existe e depende um pouco de cada um a resolução dele. Mas Bagdá não é aqui.

segunda-feira, maio 15, 2006

Concepcionista (com moderação)


Já que achei melhor não me manifestar sobre o filme A Concepção, que vi ontem à noite (porque minha paixão pelas coisas gera, às vezes, uma expectativa nas pessoas que pode levar à decepção), eu achei que devo, pelo menos, falar sobre o "movimento" concepcionista.
O tal movimento é mostrado no filme de José Eduardo Belmonte e, deixando alguns exageros de lado, me fez pensar e pensar e pensar.

Os mandamentos do concepcionismo são:
1) Morte ao ego: esse é bom, não? Todo mundo, em algum segundo da vida, é tão egocêntrico, mas tão egocêntrico, que chega a pensar que é o centro do universo. Acho que só as grávidas, e ser isso tem prazo de validade, podem se dar a esse luxo. E olhe lá!
2) Ser uma nova personalidade a cada dia: esse é ótimo!!! Eu já quis acordar hippie, ir dormir clubber, acordar novamente yuppie, ir dormir novamente nada... Cara de nada é legal de vez em quando. Ser um nada, no meio da multidão, é incrivelmente bom!
3) A lembrança do dia passado deve ser apagada do consciente. A memória é inútil para explicar a morte: esse mandamento, eu juro, se seguido por mim nos últimos meses, teria resolvido 99% dos meus problemas...
4) As pessoas estão doentes de si mesmas, o concepcionismo é a melhor auto-ajuda: "I´m sick and tired", disse John Lennon.
5) Todo concepcionista deve dormir nu, como uma purificação: não tenho como hábito, mas é bom, mesmo no inverno (basta um bom edredon).
6) O caminho do excesso leva ao palácio da sabedoria: no mínimo, lindo, mesmo que eu tenha pensado em mim como uma "concepcionista com moderação".
7) Só nós, os concepcionistas, somos capazes de abolir o dinheiro: é, na minha vida hoje, esse mandamento não seria possível realmente... sejamos realistas.
8) Não queremos nada. Sobreviver já é o bastante. O contrário também. Voa, porra! Querer voar já é querer alguma coisa, né? Mas é bonito, é bonito que só.
9) Toda pessoa ligada à concepção tem validade de apenas um dia. Assim como suas opiniões. Somos todos descartáveis e a felicidade faz parte da sorte. Somos uma fraude que dura 24 horas. Esse mandamento também ajuda demais a viver, eu acho... É bom ter opinião e sustentá-la, mas em um mundo onde até o amor é descartável, por que não durar apenas 24 horas e se renovar a cada dia?? Bom, muito bom.
10) Tudo que foi dito deve ser esquecido agora. Também tem a ver com o mundo descartável, né? E com o fato de que ter memória pode ser ruim. Guardar promessas pode ser fatal. Cumpri-las, então, pode ser um erro...

É, eu quero ser uma concepcionista com moderação. A moderação, no meu caso, e neste caso, é essencial porque acho que não consigo seguir nada, nem banda de carnaval. Mas que os mandamentos não saem da minha cabeça, ah isso é verdade...
Para finalizar, o "movimento" ainda se debruça sobre algo que só entende quem vive na pele: nascer e crescer em Brasília. Não sei o que é isso, mas coisas sobre as quais todos falam, mas poucos realmente sentiram na pele, me interessam bastante. Sempre. É uma questão de curiosidade mórbida e antropológica. :)

Eu adoro a sorte do orkut

Sorte de hoje no orkut:
Você vai ganhar roupas novas

Vejam bem, o orkut disse "ganhar". Eu não tenho absolutamente nada a ver com isso. hehehehehe

domingo, maio 14, 2006

Sobre mães, datas e saudades

Hoje é Dia das Mães e é inevitável não ficar um pouco triste. Afinal, estou longe da minha. Por outro lado, eu agradeço: há menos de um mês eu estive ao lado dela e pude abraçá-la e beijá-la. De certa forma, foi meu presente.
Digo que fico apenas um pouco triste porque acho o Dia das Mães estranho, uma data dessas bem comerciais, assim como o Dia dos Pais, das Crianças e dos Namorados... Mas é o dia e, por sê-lo, serve para eu sentir ainda mais saudade da minha Bubu.
Agora tem também minha irmã caçula, mãe há pouco mais de 4 anos e que me faz pensar na data também. Não me deixa, mesmo sem fazer força para isso, passá-la batido. Eu fico atenta e, mesmo de longe, demonstro meu carinho.
A elas, a essas duas mães que eu amo de forma incondicional, eu dedico o dia de hoje.

Frase genial

"É melhor não procurar do que se achar perdido"

(Lulina, em uma das musiquinhas nas quais estou viciada!! Ah, amanhã vou ao show dela. Que demais!)

quinta-feira, maio 11, 2006

Novidade (pelo menos para mim)


Eu já tinha ouvido falar de Wado e Realismo Fantástico, esse "coletivo" de Alagoas, mas nunca tinha escutado nada além de uma música - Carteiro de favela.
Como gosto muito da única música que conhecia, hoje resolvi driblar a preguiça (porque hoje falta de dinheiro não é mais desculpa para não se conhecer um artista, música ou banda...) e baixei todo o CD: A farsa do samba nublado.
Agora estou aqui, viciada. Logo hoje, que eu disse que ia dormir cedo, já pensando em descansar o corpo para o Skol Beats. Não consegui e a culpa é do Wado.
As letras são ótimas e eu fico ouvindo com a máxima atenção para ver qual será a próxima rima "real" e "fantástica".
É uma delícia descobrir uma novidade, mesmo que ela não seja tão novidade para os outros, né?
Esse "né" me lembrou a Anaí e acho que, mesmo sem querer, ela também é um pouco culpada por eu estar acordada até agora, ouvindo as músicas do Wado. Ontem, na mesa do boteco, ela comentou sobre o moço. Então, aqui vai também um beijo para ela, ao som de Deserto de sal.

Deserto de Sal
Wado e Realismo Fantástico
Composição: (Wado/Alvinho)


Se a tristeza fosse tanta que permanecesse muda:
Então seria pior
Ainda há esperança no chorar soluçante,
No cantar gritando
Nos ombros, como papagaios, carregava corvos
E dentro dos lábios o silêncio mudo
No peito um cemitério de ex-amigos mortos

E enterrar os mortos, desapegar os ossos
Confirmava a vida o que é bom: desprendimento

Ainda há vontade de andar: o que é bom
E embotado nos olhos,
O negrume vazava de dentro da carne

No peito um cemitério de velhos sonhos mortos
Nenhum plano vagava no deserto de sal
E num dado momento parecia até que o sol ia nascer
E era mais uma estrela decadente
No deserto de sal

O deserto de sal

Coisas que me fazem feliz agora, mas agora mesmo!

* Ouvir “Time for heroes”, do Libertines
* Pensar que faltam apenas 7 meses para eu voltar a tomar sorvete (estou sem há 1 ano e 5 meses!!!)
* Ver que estou com o ingresso do Skol Beats na bolsa
* Pensar que amanhã é sexta-feira

terça-feira, maio 09, 2006

Imagem é nada, sede é tudo





Algumas fotos de um passado recente, que não entraram no Multiply por pura falta de espaço no tresloucado mundo virtual.

Sobre a angústia de abandonar livros

Uma vez, há muito tempo, eu li que geminianos quase nunca terminam o que começam. Injustiça, eu acho. E nem sou "tão esotérica assim"...
Mas é verdade, pelo menos é uma verdade aplicada a essa geminiana que vos escreve, que eu já tropecei em alguns livros que não consegui terminar. Alguns por um motivo bem óbvio: eu estava detestando a leitura e ela não era aquelas obrigatórias, pelas quais temos que passar na escola ou na faculdade. Um bom exemplo? Verdade tropical, de Caetano Veloso. Que ele me cante mil verdades, mas o livro não deu...
Recentemente, eu abandonei "de fininho" Chatô, o rei do Brasil, de Fernando Morais... Estava gostando, sim, mas sentia muita vontade de ler outro - Ensaios de Amor, de Allan de Button, que devorei rapidinho. E não voltei ao Chatô. Cara de pau.
Logo depois, ou foi antes, eu abandonei Many years from now, de Barry Miles. O livro, pasmem (!!!!), é a biografia de Paul McCartney. Marcado em mim, na pele mesmo, mas cuja biografia, pelo menos até o começo dos anos 60, não me prendeu. Muita coisa, modéstia às favas, eu já sei, e o Barry, amigo próximo de Paul, não escreveu de uma forma que prenda o leitor. Pelo contrário, é um tanto quanto cansativo. E, sei lá, costumo odiar a parte sobre a infância em quase todas as biografias...
Mas falei tudo isso para chegar aqui: no momento, estou querendo abandonar On the road, de Jack Kerouac. Clássico, bíblia dos hippies, tesouro da geração beat. OK. Mas eu não estou aguentando mais!!! Leio, leio e parece que o tal personagem está sempre no mesmo lugar. Como demorei demais a ler o clássico, acho que já estou mais velha, bem mais velha, que o personagem. Ele me cansa.
E fico de olho nos que estão na estante, à minha espera. E por alguns eu coloco a mão no fogo, bato no peito e digo: eu não vou abandoná-los!!!

sexta-feira, maio 05, 2006

Sermão

- É tão feio se contentar com pouco, menina! Ainda mais quem já teve tanto...!
- Mas, mas... aquele tanto era mesmo meu? Era mesmo de verdade?
- Sei lá. Mas é feio demais se contentar com migalha. Migalha é pequeno. É sempre um pequeno pedaço de qualquer coisa, diz o dicionário. Se dê o respeito...
- Mas, mas... e quando a migalha é tudo?
- É feio, é muito feio.

quinta-feira, maio 04, 2006

Na veia

Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.

Carlos Drummond de Andrade

Música triste em um dia triste

Estou ouvindo "You've got her in your pocket", do White Stripes, e não tem como não ficar triste. Eu já estava, bem antes da música começar...

Em português, toda aquela tristeza na voz de Jack White é mais ou menos isso:

Você tem ela no seu bolso
Onde não tem saída
Colocou ela no cofre e fechou
Onde é lar doce lar

Niguém nunca te disse que era o caminho errado
Enganar uma mulher faz ela achar que fez do jeito dela
E você vai estar lá se ela se sentir triste
E você vai estar lá quando ela encontrar outra pessoa
O que fazer?

Bem, você sabe
Você deixa ela no seu bolso
Onde não tem saída
Coloque ela no cofre e feche
Onde é lar doce lar

O sorriso no seu rosto fez ela pensar que tinha escolhido o certo
E ela achou que estava certa
Pela forma que vocês dois se divertiam
Mas agora talvez ela vá embora
Como da outra vez que ela ameaçou
Se agarre rápido nela
Antes que os pés dela deixem o chão
E ela já esteja lá fora

Porque você quer
Guardar ela no seu bolso
Onde não tem saída
Coloque ela no meu cofre e feche
Onde é lar doce lar

E na sua cabeça
Você sabe que é sortudo só por conhecê-la
E no começo você só queria mostrá-la
E agora você está assustado
Você acha que ela está fugindo
Você procura na mão algo bacana para dizer
Não vá embora

Porque eu quero
Guardá-la no meu bolso
Onde não tem saída
Colocar ela no meu cofre e fechar
Onde é lar doce lar

quarta-feira, maio 03, 2006

Control X

Sentir-se deletada é ruim. Como se um control X determinasse o que você é, a partir de agora, para a vida de alguém...
Ver pessoas saindo da sua vida é até normal. Perder fisicamente amores puros, verdadeiros, incondicionais e eternos, como os avós, é uma coisa da qual eu sou, digamos assim, phd. Mas, acreditem, chega a ser mais complicado ter que esquecer uma pessoa que você sabe que está logo ali, de quem você tem telefone, endereço, amigos em comum, vai encontrar no cinema da esquina, entre outras coisas.
Odeio ser monotemática, mas acreditem: em determinados momentos da sua vida, ela é mais sua do que nunca e, apesar disso, não é exatamente você quem escolhe o “tema” a ser seguido. O script é monotemático, sim. E você precisa viver aquilo tudo do começo ao fim. Como uma espécie de exorcismo.
O control X é o que lasca, como dizem na minha terra. É fácil deletar. Deve ser. Digo “deve ser” porque eu nunca fiz isso com quem passou pela minha vida. Mas ser deletado, ai meu deus, isso dói. Devia ser proibido.

terça-feira, maio 02, 2006

Mais uma volta

Voltar:

do Lat. *voltare, *voltu por volutu < volvere, voltar, volver
v. int., ir de novo para o ponto de onde se partira; regressar; tornar a ir ou a vir...

São sete anos de volta. Mas uma coisa posso dizer para vocês: a volta de ontem foi uma das mais difíceis.