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Pra doido ler

domingo, outubro 19, 2008

Para Arnaldo Baptista


Somos todos feitos de risos e de lágrimas. Somos a soma de alegrias e tristezas. Mas, como você bem falou, as alegrias acabam superando. Por isso estamos aqui. E continuamos. Vai ter sempre alguém correndo atrás, com a camisa-de-força. E a gente sempre vai buscar uma cor não sei onde. E vai continuar. Porque o quadro que pintamos é colorido. Até a caveira pode ser colorida, como na sua camiseta. Nossas vidas são em tecnicolor. O sorriso pode ser espontâneo, como o seu. O abraço pode ser caloroso, como o seu. O mundo pode ser bom, porque algumas pessoas são crianças, como você. E sempre vai ter aquela música que você diz ter certeza que existe dentro de cada um, ligando todos os humanos.

Eu tenho muito a dizer, mas nem sei como.
Preciso dizer apenas que a sua existência me emociona.

segunda-feira, outubro 06, 2008

Que belo estranho dia para se ter alegria*

Só chove. Eu planejo loucuras. Mais que isso, sei que vou colocá-las em prática. Só chove. Nem sei dizer se parou por algum minuto. Há algum tempo não olho para as janelas. Nem levanto da cadeira. Só chove. E eu estranho a alegria que me faz companhia.

* trecho de verso de Lula Queiroga.

sábado, outubro 04, 2008

Amantes constantes

O que você acha de mim? Uma pessoa bem resolvida. E o que você acha de mim? Um maníaco. Juízo. Praga.

sexta-feira, outubro 03, 2008

Cio da primavera

No outono se odiavam.
No inverno se ignoravam.
Na primavera com pressa se engoliam.
No verão renasciam em chamas - e até se amavam.

[como bichos que eram, o ciclo deles seguia as quatro estações. e era inviável brigar com a natureza]

quinta-feira, outubro 02, 2008

Efeitos colaterais de um banho onírico [Man in the box]


O banho durou a madrugada inteira. A água não parou um minuto. Ele estava ali, tomando aquele banho que duraria horas e horas. A madrugada inteira. Fechava os olhos com as mãos no rosto, esperando apenas a água cair mais e mais. Os cabelos para trás mudavam completamente a sua feição. Era tudo muito bonito e aquela imagem que vinha da vida real dificilmente seria esquecida, por mais que conseguisse esquecer todo o resto. Parada do lado de fora, ela apenas olhava pelo transparente do box. Era mais ou menos isso o máximo que poderia fazer: olhar quieta. Como se nem estivesse ali. Nenhum dos dois falou uma palavra sequer. O único barulho era o da água.

Acordou angustiada, com uma tonelada sobre os ombros e com muita dor de garganta.