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Pra doido ler

quarta-feira, novembro 28, 2007

O outro quintal



Sempre fazendo um pequeno comercial... :)

segunda-feira, novembro 26, 2007

Éramos quantos?


O apelido dela sempre me encantou. "Mãe". Para mim, sua sobrinha-neta, Tia Mãe. Para mim, sua afilhada de batismo, também "Madi", que era como eu a chamava quando bem pequena. O fato é que esse apelido, que ela carrega desde a infância, sempre me encantou.
Mãe. Eu sempre pedia para a minha avó, sua irmã, me contar o porquê desse apelido tão lindo. Minha avó contava que a chamavam assim desde quando ela era bem menina.

O peso do apelido ou simplesmente esse fato de ela ter encarnado ele como se fosse seu próprio nome fizeram dessa Maria uma mãe de muitos. A mais parideira das irmãs teve sete filhos. Viúva muito jovem, cuidou deles como mãe e pai. Perdeu um filho ainda criança. E ontem perdeu seu quarto filho, o último dos homens. O que eu sentia mais próximo de mim. O que eu, sem o pudor que pertence apenas às mães, queria mais bem que aos outros.

Hoje, nesta noite em que minha família se arruma para passar a madrugada velando o corpo de Luís, tudo o que eu queria era estar lá com todos eles. Porque a dor dos que sentem a morte de um parente querido de longe pode não ser maior que a dos que estão perto. Mas é muito particular. É a dor dos que não vão participar do ritual que acaba unindo os que ficam, mesmo que (e exatamente por isso) em um momento tão triste. É a dor dos que vão estar longe naquele momento em que não precisa falar nada. Um abraço resolve tudo. Uma mão afagando os cabelos da mãe que fica basta.

Tudo o que eu queria era estar com a minha madrinha. Para poder dizer pra ela que mais que uma mãe, eu sei que ela é a Mãe. A Mãe para quem a vida não precisa mais ensinar o que é velar o corpo de um filho morto.

De Luís eu guardo a melhor lembrança. Ele, que dizia no seu sorriso tão bonito o quanto gostava de mim, dos meus pais, dos meus avós, das minhas irmãs, da minha tia, da minha sobrinha. Ele, que sempre fazia piada de tudo. Ele, que me dava abraços sempre tão apertados e tão carinhosos. De Luís eu guardo o que há de melhor. E, mesmo ausente ao lado dos seus, nesse dia tão triste, eu sofro, de longe, junto com todos eles.

domingo, novembro 25, 2007

Polivalência


Atiradora de facas
Jardineira da esperança
Equilibrista de circo
Encantadora de criança
Porta-bandeira de dúvidas
Fabricante de amores
Treinadora de sorrisos
Rebatedora de dores
Costureira de sonhos
Maquiadora de trauma
Contadora de histórias
Catadora de calma
Colecionadora de espantos
Cozinheira de medos
Professora de fantasmas
Embaixadora de segredos
Cantora de chuveiro
Empilhadora de lego
Animadora de rodas
Alimentadora de ego

quinta-feira, novembro 22, 2007

Músicos, música, o dia de hoje e minha vida


Hoje é o Dia do Músico.

E eu não passo um dia, um diazinho sequer, sem música.

Então, pela lógica, sem os músicos eu não seria nada.

O dia do músico é hoje.

E eu queria dizer "obrigada".

O gosto

Foi porque fiquei meses e meses sem sentir o gosto de nada - ou um nada no gosto de tudo - que o gosto dele me pareceu o mais doce já provado por minha boca. O mais doce e o melhor. Simplesmente porque ele, esse gosto novo, me trouxe de volta ao mundo dos sentidos. Ao mundo do sentir.

Foi quando esse gosto, na minha boca ainda tão fresco, ameaçou desaparecer, que eu senti medo de, mais uma vez para sempre, dormir e acordar com um vazio assustador e insípido.

sexta-feira, novembro 16, 2007

Não tem preço


Almoço: R$ 12,14

Cappuccino: R$ 2,80

Ingresso do cinema: R$ 9,00

Esbarrar com o Drauzio Varella, ao lado da Rosana, ver ela pensar em perguntar pra ele se vale a pena ficar um mês sem tomar leite e comer glúten, e dizer que vou perguntar, ali mesmo, no hall do cinema, se cólica fora de hora é muito grave: NÃO TEM PREÇO.

Porque gargalhar por coisas bestas, ao lado de amigos mais do que queridos: NÃO TEM PREÇO MESMO.

quinta-feira, novembro 15, 2007

Um avô no céu


Fabiana diz:

Fê!

Fabiana diz:

vai nasceer

Fabiana diz:

estorou a bolsaaaaaaaaaaaaa

*Fê diz:

AIIIIII! QUE LINDAS!!!

Fabiana diz:

eu tô morta

Fabiana diz:

tão longe

*Fê diz:

me avisa quando nascer!

Fabiana diz:



O dia começou mais ou menos assim: com a notícia de que Isabella está para chegar, lá em Orlando. Filha de Renatinha, sobrinha de Fabiana e primeira neta do meu tio Gleidson. Isabella ainda nem nasceu, mas eu já chorei de alegria. E de saudade.

Hoje seria dia de receber uma mensagem linda por e-mail, emocionada e com certeza fazendo piada do nascimento da netinha. Meu tio vai virar avô daqui a pouco, mas não está mais aqui. Não está aqui apenas para dar a notícia, da forma cômica que só ele poderia dar. Mas eu tenho certeza que ele está vivendo tudo isso, da forma que pode.

Essa menina que está chegando tem um avô que é anjo no céu. E, com certeza, os dois se encontraram por lá nesses sete meses.

p.s: Foto tirada em maio de 2005, no Recife. Fabiana, Renata e eu.

Uma grande lição do "Grande Sertão"


"(...) a gente carece de fingir às vezes que raiva tem, mas raiva mesma nunca se deve de tolerar de ter. Porque, quando se curte raiva de alguém, é a mesma coisa que se autorizar que essa própria pessoa passe durante o tempo governando a idéia e o sentir da gente; o que isso era falta de soberania, e farta bobice, e fato é."

(João Guimarães Rosa - Grande Sertão: Veredas)


Outras lições eu já tinha postado aqui. São muitas. Grifei várias e espero guardar pra sempre o que ficou em mim desse livro maravilhoso.

sexta-feira, novembro 09, 2007

Enfeites de Natal [ou Um momento de irritação passageira]


Avenida Paulista. 8 de novembro de 2007. À noite.

- Enfeites de Natal em novembro me irritam.

- Em dezembro me irritam também. Sempre.

- Enfeites de Natal me irritam ainda mais no finalzinho de outubro. Já vi.

- Sabe o que me irrita em novembro?

- Não.

- Panetone.

- Ah... panetone me irrita em todos os meses do ano.

[risos]

[a gente fala imitando diálogo de filme ou os filmes imitam o que as pessoas falam nas ruas?]

[ninguém soube responder]

quinta-feira, novembro 08, 2007

Yesterday


Foi ontem.
Mas vale colocar aqui também.

Saudade com mostarda

- Vou comer aqui... já volto, tá?

- Tá. Eu é que sou boba. Comi no msn. hahahaha

- Ah, eu também. Mas enchi a tecla do ponto de mostarda.

- Hahahahahahaha. Ai, que saudade de você!

- llllllllllllll~;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;çççççç;~ç~´´´´´´´´´´´´´;;.......

- Ham?

- Tô limpando.

- Hahahahhahahahahaha

- ...........çl~//

- Aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii. Que saudade disso tudo!!!!

- ç.lç~çç~çççççççççç..l~ç;.

- Saudade de você!!

- Pronto...

- Meu Deus do céu! Muita saudade. Que merda!

- :)

[Depois, parada olhando a tela, ficou pensando em como uma conversa besta pode concretizar tanta saudade]

[Porque talvez sejam mesmo nessas pequenas coisas bestas que mora a saudade maior e mais pura]

[Enquanto pensava na mostarda sujando o teclado, só conseguia pensar na expressão que ele fazia e que era a sua favorita, entre tantas]

[Quanta contradição: era exatamente a expressão da testa franzida e dos olhos de criança abandonada, aquela que deixava claro no rosto dele que ele não tinha a menor idéia do que ia fazer com ela]

sexta-feira, novembro 02, 2007

Ave menina

Ave menina
cheia de graça
que assim tão de perto
perdeu toda a graça

Ave menina
mãe de ateus
rogai por mim bem de longe
de preferência, sozinha
de preferência, só minha

Amém