Por uma vida mais moderninha
Não, não queria ser eterna. Queria era ser moderna.
Queria levar uma vida moderninha.
Queria ser desapegada e não fazer a menor questão das pessoas. Queria ter um umbigo gigante e só pensar em si. Queria relações superficiais e nada mais. Queria aquele homem que nunca mais vai ligar e, se bobear, um dia depois já vai ter esquecido seu nome. Queria aquele homem que nem vai dar oi na rua. Nunca mais. Queria do seu lado, em todas as situações, pessoas com medo de se comprometer e, de preferência, que agissem como adolescentes (independente da idade que tivessem). Queria amigos com quem não pudesse contar nunca. Aliás, queria amigos virtuais apenas, que dissessem que a amam e que morrem de saudade (no orkut, claro), mas que nunca, nunquinha mesmo, ousassem marcar um encontro real, uma cerveja, um cinema ou uma visita à sua casa, para matar essa saudade louca.
Queria levar uma vida moderninha.
O problema é que, na teoria, era uma beleza. Só na teoria. Na prática, não passava de uma pessoa totalmente deslocada.
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