Dust conversations
Eu perguntei ao pó
E ele me disse
Que bastava caminhar
E que não insistisse -
“A vida é a arte do encontro...”,
O pó também me disse,
“Veja só, um pó que cita Vinícius!”
- e que não me iludisse!
Eu perguntei ao pó
Quando o sonho acabou, afinal
E por que logo ali, antes mesmo do prefácio,
Eu já era uma pessoa tão especial
“Porque há quem minta”, o pó me disse
“E há quem não sinta
a mentira fraca que se instala forte
na mente de quem nem sente.”
Eu perguntei ao pó
Onde mora hoje o “muito amor”
Grifado em caneta azul na página final
O pó me disse que parasse de procurar
O que nem ele mais avistava
Como meu bem ou meu mal
Eu perguntei ao pó o que pode ser isso,
Com o acanhamento de quem uma mentira não sustenta
O pó olhou para mim e disse:
“Sua resposta, se é que há uma, está no topo da página 90.”
“...todo esse papo é uma obsessão, uma fobia infantil, uma fixação neurastênica. Assim você não deve se preocupar nem chorar, porque você vai dar a volta por cima. Sei que você vai.”
(John Fante em Pergunte ao Pó, página 90)
2 Comments:
Fê, vc tá brotando literatura.
Beijo!!!
Muito bom Fê , Jonh Fante é muito bom e Pergunte ao pó é o livro,,,,,,,,,,,Bukowski ,,,,,,,,eita nois ein muito bom continue assim..............parabéns pelo mocó,..........
Beijos
Kinho
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