Bus philosophy (ou sobre andar de ônibus)
O problema não é andar de ônibus. Eu pego, em média, quatro ou cinco por dia. Já sei me segurar quando o motorista é daqueles que pensa estar "carregando" gado. Já me viro na batalha por um lugarzinho, quando o busão está cheio demais. Já sei as rotas de muitos deles, ou seja, sei andar de ônibus em São Paulo - ou, o que já é muito bom, em uma grande área da cidade, que compreende o centro, boa parte da zona sul e boa parte da zona oeste.
Enfim, o problema não é andar de ônibus. Isso é rotina.
O grande problema - e esse é grande mesmo - é esperar por eles. Pelos ônibus. Na última manhã, eu esperei tanto, a ponto de quase ter um ataque de nervos, o primeiro em plena Consolação e o segundo, que seria mais grave, em pleno Largo da Batata (sucursal do inferno por natureza).
Para quê esperar por um determinado ônibus, em uma cidade que tem bilhete único? Eu explico: se o trajeto é longo, mas sei que tem um busão que vai me levar direto ao meu destino, eu fico sempre na esperança que ele vai passar, para que eu possa me sentar e começar a ler. Se eu pego dois ou três, beleza, chego logo, não espero, mas, por outro lado, mal me acomodo e está na hora de descer.
Só que na última manhã, a esperança não se materializou e eu contabilizei uma hora de espera. Meia hora na Consolação e meia hora no Largo da Batata (sucursal do inferno por natureza, repito!).
Ou seja, esperar tanto assim, debaixo de um sol de rachar, depois de ter feito uma viagem em vão até uma agência do Itaú, onde não resolveram o seu problema (apesar de terem garantido que você podia ir lá, que estaria tudo certo...), é que faz passar pela cabeça desobedecer Tom Zé e comprar um carro, mesmo morando em São Paulo.
Mas aí o ônibus vem e a idéia passa... afinal, gasolina e estacionamento acabariam com vários outros sonhos e manias. E, afinal, eu obedeço Tom Zé.
3 Comments:
Fê.. volta e meia, quando recebo um link de fotos do seu fotoblog (o que aliás é quase corriqueiro),dou uma lida nas suas linhas entrelinhas ... adoro o que vc escreve e o jeito como escreve sobre o cotidiano, esse tempo comprimido em horas nas quais temos ( somos obrigados mesmo) a realizar zilhões de coisas..adoro, porque você percebe os devires, desmonta essa lógica das coisas, tem raio-x nos olhos e no coração... iiii, virei fã do blog da Fê!!!
ah, e essa foto tremer, tremida e seus sinônimos é o máximooooooo...beijos e saudade
Fer, tu me fez lembrar dos ônibus de São Paulo. ARGHS!
E do Largo da Batata. Milhões de ARGHS!
Aqui em POA as coisas são mais simples, mas a idéia de comprar um carro também me vem quando estou à espera (nunca maior do que 20 minutos) e passa no momento em que entro no "coletivo" ;-)
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