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Pra doido ler

quarta-feira, janeiro 30, 2008

Por uma vida menos ab[surda]


Como palavras jogadas na tela - e ela nem conseguiu ler tudo, por causa da dor de cabeça - puderam mexer tanto? Revirar tanta coisa?

Precisava acender um incenso.

[E pensou no amigo que dizia não entender como uma pessoa via em incensos uma necessidade básica]

A vida é tão ab[surda]...

Não, ela não fazia parte daquilo. Não, não mesmo. Nem se quisesse. E não queria. Aquele passado era inventado. Era dos outros. Não era seu.

Pediu, praticamente implorou que as paredes repetissem para ela: "Saia AGORA daí. AGORA".

Sentiu-se como uma menina desobediente olhando o que não devia pelo buraco da fechadura.

Sentiu pena, uma espécie de compaixão sem o menor sentido. Sentiu-se agredida por aquele passado que não era seu, e que insistia em se fazer presente. E em ser uma coisa completamente sem futuro.

Saiu correndo. E se jogou na cama. Antes ligou o som bem alto. Ainda com dor de cabeça.

A vida é muito ab[surda]...

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