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Pra doido ler

segunda-feira, julho 31, 2006

Dust conversations

Eu perguntei ao pó
E ele me disse
Que bastava caminhar
E que não insistisse -
“A vida é a arte do encontro...”,
O pó também me disse,
“Veja só, um pó que cita Vinícius!”
- e que não me iludisse!
Eu perguntei ao pó
Quando o sonho acabou, afinal
E por que logo ali, antes mesmo do prefácio,
Eu já era uma pessoa tão especial
“Porque há quem minta”, o pó me disse
“E há quem não sinta
a mentira fraca que se instala forte
na mente de quem nem sente.”
Eu perguntei ao pó
Onde mora hoje o “muito amor”
Grifado em caneta azul na página final
O pó me disse que parasse de procurar
O que nem ele mais avistava
Como meu bem ou meu mal
Eu perguntei ao pó o que pode ser isso,
Com o acanhamento de quem uma mentira não sustenta
O pó olhou para mim e disse:
“Sua resposta, se é que há uma, está no topo da página 90.”

“...todo esse papo é uma obsessão, uma fobia infantil, uma fixação neurastênica. Assim você não deve se preocupar nem chorar, porque você vai dar a volta por cima. Sei que você vai.”
(John Fante em Pergunte ao Pó, página 90)

Loucura roubada (que não desejo a ninguém)

Bukowski disse
Que um bom poema sabe quando acabar
Hoje eu sou o melhor dos poemas
Aquele mais lindo e perfeito
Que nasce na alma e se espalha no peito
De quem não soube a hora de parar.

São Paulo/SP
00h38

domingo, julho 30, 2006

Cleide, Eló e as pêras

"Nossa mangueira fulorou. Preciso te encontrar hoje na saída. Na raiz. Assina: um peixe ferido."

Frase tirada da peça "Cleide, Eló e as pêras", de Gero Camilo. Eu vi ontem. Gero Camilo, até quando não é 100% (neste caso, por ser um tanto previsível), é muito bom. É poesia pura. Sempre.

sábado, julho 29, 2006

Uma casa que nasce


Eu me mudei há quase um mês, mas hoje foi um dia especial na minha casa. Um sábado para ajeitar tudo, sabe? Eu em casa, acordada. E quatro pessoas, cada uma na sua função, martelando, puxando fio, subindo em cadeira.
Em uma manhã, a internet passou a funcionar (Virtua!!!! Tô livre da Telefonica e isso é uma bênção!), a tv a cabo também (agora tenho, dei finalmente o braço a torcer) e a nova linha de telefone (depois passo o número, tá?). Ah, e os quadros que estavam entulhados ao lado do computador agora estão nas paredes. E o espelho do quarto foi colocado de forma decente (eu tinha pregado com um preguinho safado antes e, a qualquer momento, parecia que o bicho ia cair e quebrar!!).
Resumo da ópera: minha casa é meu reino e, se eu pudesse, ficaria uma semana aqui dentro. Sem colocar a cara na rua.
Fazia um tempinho que eu não me sentia tão feliz quanto estou me sentindo hoje!

quinta-feira, julho 27, 2006

Um namorado perfeito


O meu é esse aqui acima.
Faça já o seu (ou a sua!). E seja feliz!
http://igirl.ig.com.br/games/namoradovirtual/index.html

quarta-feira, julho 26, 2006

Sentidos

Meu olfato é ruim. O pior dos sentidos. Nunca senti de longe ou de perto cheiro de mentira.
Ele? Ele não tem tato.

terça-feira, julho 25, 2006

Coisas que concluí nos últimos dias (mas que, basicamente, só têm importância para mim)

* As candidatas a Miss Universo estão cada dia mais magras. Parecem modelos de passarela (cabides) e não misses (que antes, há muito tempo, tinham pernas grossas). No concurso de anteontem, a menos magra, e isso não é uma piada infame, era a Miss Etiópia!!!! Para ficar nos anais da história: a vencedora foi a Miss Porto Rico.

* Eu realmente passo mal de sono. Isso, na verdade, é uma coisa que eu não notei nos últimos dias, mas há muitos e muitos anos. Mas nos últimos dias eu tive provas muito concretas de que amo dormir e de que durmo de repente. Muito de repente.

* Eu queria ter muito mais dinheiro para poder comprar tudo que eu vejo pela frente na “feira do Bristol”, que acontece todo domingo no Shopping Center 3.

* Minhas irmãs precisam vir me visitar, para que a gente possa bater perna na mesma feira do Bristol. Domingo passado, ao lado de Pepê, outra irmã, eu lembrei muito delas (mas muito mesmo!). Como não lembrar de Tatiana, por exemplo, diante de uma bolsa com a estampa do clássico beijo da Scarlett O´Hara e do Rett Butler? Impossível.

* Eu preciso começar a tirar proveito da pequena distância que separa minha casa do Parque do Trianon.

* Eu não vou carregar a culpa de ter visto, em menos de uma semana, dois grandes atores morrerem ao lado da minha janela. Sim, eu moro ao lado do Sírio Libanês há menos de um mês e já me chamaram de pé frio por causa da morte do Raul Cortez e do Gianfrancesco Guarnieri. Eu lamento pela morte deles, mas não vou carregar essa culpa. Sorry. hehehehehehe

Mudança de endereço

A luz estava apagada. O ônibus passou meio rápido. Mas deu para notar: nenhum sonho mora mais ali.

segunda-feira, julho 24, 2006

Uma música linda (mais uma)


Existe um filme triste pra cada atriz que não sorri

Quem nunca chorou sempre quis chorar e agora chora
E corre o mundo pra ser feliz
Quem nunca pensou nem por um triz em derrubar as portas
Fugir ou mudar pra Paris?
Existe um filme triste pra cada atriz que não sorri
Quem nunca dormiu e depois acordou na fossa
Pensando em trocar de país?
Quem nunca pensou em desistir, mas voltou atrás
No último verso que diz?
Existe um filme triste pra cada atriz que não sorri

**Eu adoro essa música do Bazar Pamplona. Acho linda. A imagem da atriz que não sorri é tão poética, né não? :) E a música me toca demais porque eu pensei em fugir para Paris. Aliás, é para lá que vou ano que vem, se os deuses quiserem.

sexta-feira, julho 21, 2006

Bodas de linho


Há 5 anos eu soube que ela existia. Por poucos dias, eu a chamei apenas de bebê. Logo, logo ela já passou a ter um nome: Amanda.
Vivo por ela. E hoje posso dizer que depois dela eu não sou mais a mesma pessoa.

Uma mãe poeta

Fugacidade

Nada na vida é definitvo,
tudo é simples passagem,
a própria vida é viagem
que pode logo acabar.
Nada é definitivo,
nem o lugar, nem o tempo,
pois um simples contratempo
já pode tudo mudar.
Nada é definitivo,
também a felicidade
é um sopro de verdade
que a vida pode apagar.

** Minha mãe escreveu esta poesia antes de eu nascer. E me mandou ontem, por email, dizendo assim: "Mexendo na minha gaveta atrás do seu passaporte, encontrei uma poesia velha que fiz em março de 74. Achei interessante porque continuo pensando do mesmo jeito. Veja se gosta."
Eu sempre amei as coisas que a minha mãe escreve e sou a sua maior fã.

terça-feira, julho 18, 2006

Paixonite (tal e qual surreal)


Hoje eu descobri que estou apaixonada. E é pelo Dhani Harrison. :)

Indigna

Perguntaram para um cineasta, Henrique Goldman, que tem 8 ex-mulheres (!!!): "É mais fácil deixar alguém ou ser deixado?" (entrevista na TPM de julho).
E ele, linda e honestamente, respondeu:
"Seguramente, deixar. Sempre que escolho, mesmo quando escolho a coisa errada, me sinto mais digno."
Este post eu dedico a todos que recentemente me falaram que o que deixa sofre tanto quanto o que é deixado. Desculpem, vocês não sabem o que estão falando.

segunda-feira, julho 17, 2006

Divagações.sem.br

Dylan está offline.
E meus pensamentos viajam para lugares nos quais eu nunca havia pensado antes.

quinta-feira, julho 13, 2006

O menino de seis anos




Na peça “A vida é cheia de som e fúria”, que eu já assisti três vezes, uma parte me tocou muito. E hoje eu acho que eu entendi melhor por quê.
É quando o personagem exibe uma foto gigante de Paul McCartney criança e fala sobre essa sensação estranha que temos quando vemos fotos de crianças – e, no caso, somos ou conhecemos o adulto na qual a criança da foto se transformou.
Ao parar e ver aquele rostinho inocente, a gente sempre tem um pensamento que mistura culpa (eu me transformei exatamente no que esse carinha queria que eu me transformasse?), melancolia (eu era feliz e não sabia) e um pouco de vergonha (ei, eu não me transformei mesmo naquilo que você queria, né?).
Hoje o meu dia foi tomado por uma melancolia enorme, quando me vi diante do menino de seis anos. Eu percebi que talvez eu o ame muito mais do que o adulto no qual ele se transformou. Porque, de repente, eu vi que no menino eu confio. E só nele.
O problema é que eu não posso dizer isso para o menino. Não posso pegar na sua mãozinha pequena e levá-lo para passear. Não posso dizer o quanto o amo e o quanto ele sempre foi importante para mim. Não posso brincar com ele e nem arrancar dele aquelas risadinhas gostosas, que só as crianças têm.
Eu não posso. E dali, daquela foto repleta de impossibilidades, nasceu a minha mais profunda tristeza.

Fui e vou de novo

quarta-feira, julho 12, 2006

Backdoor man

Sabe aquelas histórias que você tem vergonha de contar até para a sua sombra? Mas aí chega o dia em que ela deixa de ter essa importância toda, a ponto de não merecer mais nem mesmo a sua vergonha?
Sem mais delongas, hoje eu ouvi do João: “Não dá para acreditar, mas olha só: você não perdeu nada. Já ele...”

terça-feira, julho 11, 2006

Andarilho e maloqueiro (mas ele se ama)

Nada na vida acontece por acaso. Não dizem que é assim?
Ontem, voltando para casa, parada no ponto de ônibus, olhei para trás e tinha um bêbado sentado. E ele, com a voz enrolada dos bêbados, dizia:
- Eu sou andarilho. Andarilho e maloqueiro. Mas eu ME AMO. EU ME AMO.
Ele repetia isso sem parar. E bebia mais, em um copinho de plástico certamente cheio de cachaça.
Aquela frase foi latejando na minha cabeça até em casa: EU ME AMO, EU ME AMO.
Se aquele resto de gente se ama profundamente, por que não eu?

Last goodbye


This is our last goodbye
I hate to feel the love between us die.
But it's over
Just hear this and then I'll go:
You gave me more to live for,
More than you'll ever know.

Well, this is our last embrace,
Must I dream and always see your face?
Why can't we overcome this wall?
Baby, maybe it's just because I didn't know you at all.

Kiss me, please kiss me
But kiss me out of desire, babe, and not consolation
Oh, you know it makes me so angry 'cause I know that in time
I'll only make you cry, this is our last goodbye.

Did you say "no, this can't happen to me"?
And did you rush to the phone to call?
Was a voice unkind in the back of your mind saying
"maybe... you didn't know him at all,
you didn't know him at all,
oh, you didn't know"?

Well, the bells out in the church tower chime
Burning clues into this heart of mine
Thinking so hard on her soft eyes, and the memories
Offer signs that it's over... it's over...over...

(Jeff Buckley)

segunda-feira, julho 10, 2006

It's been eight years

It's been eight years
I'd like to travel through time
But I can't do that
I never knew that good experiences
Could cause a pain like this
I want something that I can't have
I close my eyes and someone is calling my name
I lean over the window pane
And in the distance I can just about catch a glimpse of us
We had a ball
We had it all

(The Radio Dept.)

sexta-feira, julho 07, 2006

Ode aos bateristas


Há menos de um mês muito se falou – e eu também – dos 64 anos de Paul McCartney. Mas hoje, 7 de julho, eu não posso deixar passar em branco o aniversário do único beatle que nunca brigou com nenhum dos seus ex-companheiros de banda: Ringo Starr.
E aproveito para fazer uma ode aos bateristas. Além de perguntar em alto e bom som, no ritmo das baquetas: por que será que todo baterista é sempre o mais legal?
Será porque o ego infla mesmo em quem tem que ficar à frente do palco, mais perto dos fãs? Não sei. Só sei que Ringo, para os leigos, pode até ser o “mais apagado” dos Beatles. Mas para quem entende um pouco mais do assunto, Richard Starkey Junior, vulgo Ringo, brilha e brilha muito. É o mais gente boa e piadista, mas sem a acidez do humor de John Lennon, por exemplo. O humor de Ringo é o humor dos bateristas, ingênuo e leve, quase infantil.
Com esse ar de criança, hoje ele chega aos 66 anos. E eu saúdo o dia de Ringo Starr.
Hoje, nesse mesmo dia, eu soube que Joãozinho se comunicou com Kaká. E que o contato dos dois se deu no dia do meu aniversário.
Mais um motivo para essa ode aos bateristas. João encanta o céu desde janeiro, mas seu sorriso ficou para sempre. Porque das baquetas, pelo visto, só sai mesmo alegria.

quarta-feira, julho 05, 2006

Eu avisei, eu avisei


Eu avisei que a França vai ganhar a Copa! Ninguém me ouve.
Au, au, au, é França na final!!!

Dúvida cruel?

Por que eu sou obrigada a torcer por Portugal?
Quem souber a resposta, por favor, me escreva.

segunda-feira, julho 03, 2006

Bizarre, n'est-ce-pas?


Em 98, eu fiquei com ódio dessa cara chamado Zinedine Zidane. O Brasil perdeu a Copa da França para a dona da casa e o tal Zizou foi o carrasco. Fiquei triste, mesmo que o jogo tenha sido estranho.
Sábado, Zidane foi o carrasco do Brasil mais uma vez. A “Selecinha” perdeu de 1 a 0 para a mesma França, e está eliminada da Copa da Alemanha.
E eu senti o quê? Vergonha da postura dos jogadores brasileiros e uma admiração profunda pela postura de Zidane, 34 anos, prestes a se aposentar do futebol. Ele bailou em campo e dá gosto de rever as cenas. Injustiça foi a França ter feito apenas um gol. Merecia mais, muito mais.
Agora sabem o que eu quero? Que a França seja bicampeã dia 9 de julho. E que a festa deles dure até dia 14, feriado nacional, dia em que os franceses comemoram a tomada da Bastilha.

Tava engasgado. Agora falei!

Vida nova, casa nova e um monte de coisa para resolver

Mudei. Estou na minha sétima casa paulistana. Cansa, cansa demais, mas desta vez tenho um motivo para comemorar: o sétimo apartamento é meu. Comprei, criei coragem e comprei.
Muito bom, comecei a realizar o sonho do brasileiro. Sim, comecei, porque é claro que não comprei à vista.
Muito bom, mas vai ficar melhor quando as coisas se ajustarem.
Coisas boas de ter mudado:
• É meu, então pude pintar uma das paredes da sala de laranja, sem consultar ninguém!
• É bom estar em um lugar novo, escolher os novos locais para os móveis e etc.
• Continuo perto da Paulista e a Paulista é meu mar em São Paulo.
• O zelador é legal e o porteiro da manhã também é.
Coisas ruins de ter mudado:
• Ainda não tenho chuveiro com água quente. O zelador ia tentar arrumar hoje.
• A vizinha do andar de baixo é uma VELHA PODRE DE CHATA e já reclamou que eu tava fazendo barulho (eu estava arrumando as minhas coisas e não dando uma festa).
• Dormi cercada de milhares de caixas empoeiradas e, sim, tive asma de sábado para domingo.
• Descobri hoje que o antigo proprietário não pagou o condomínio de junho.